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Nossa Senhora de Fátima passa em terras da Beira em visita à Diocese da Guarda por aclamações vibrantes e apoteóticas.
Do que vimos desde a Moita da Serra até ao concelho de Seia, através da estrada da Beira, no primeiro dia da viagem.
Por toda a estrada da Beira foi saudada por milhares de pessoas e, quando chegou a Torroselo, “a Virgem foi recebida com galhardia. Estava organizada uma procissão com centenas de velas, formando um conjunto maravilhoso. A Filarmónica executou um hino em louvor de Nossa Senhora. Não se pode romper na Catraia. O cruzamento de Sandomil está repleto de povo. Acorreu gente, milhares de pessoas, de todos os povos em redor. (…) Vê-se gente de S. Gião, Corgas, Sandomil, Lagares, S. Cosme, etc.
Luzes a jorros; (…) no alto de uma oliveira, uma enorme cruz luminosa punha uma nota de cor. No ar são lançados foguetes.
O povo solta vibrantes aclamações à Virgem Peregrina, (…) e os cânticos atingem mais entusiasmo quando chega o automóvel – andor, já nesta altura quase invisível sobre o montão de pétalas de rosa.
(…) Aqui volta a falar o senhor Bispo da Guarda. Diz que Nossa Senhora de Fátima vinha em romagem de amor, pedir a todos que cumpram os Santos mandamentos da Lei de Deus, que não trabalhem ao Domingo e dias santificados, nos campos nas oficinas nas fábricas. (…) Confessa-se emocionado com a apoteótica manifestação feita à Mãe dos portugueses, saúda os povos ali reunidos em tão grande número (…) e termina pedindo uma Avé Maria pelos presentes e pelos ausentes. (…)
O cortejo prossegue até Seia onde vai chegar por volta das 2 horas da manhã. A vila está toda iluminada.
(…) A Virgem Peregrina é levada no seu andor, pelos Vereadores do Município. (…) Na procissão das velas tomam parte milhares e milhares de crentes. (…) As muralhas do Castelo estão também iluminadas e vários projetores espalham luz a jorros. O senhor presidente do Município dá as boas vindas, em nome do concelho. A vila de Seia vive uma noite inolvidável.
E assim terminou o primeiro dia da visita da Virgem Peregrina a terras da beira, (…) em que os beirões mostraram mais uma vez a sua peculiar fidalguia”.
Fonte: A Comarca de Arganil, 17 de Maio de 1949