Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Correio de Torroselo

Blog Regionalista da Beira Serra

Correio de Torroselo

Blog Regionalista da Beira Serra

11
Out13

De Torroselo ao “Bom Nome”

 

 

Depois de três dias na Serra da Estrela, o corpo pede repouso. Mas quem não se dá por satisfeito em ver só a parte essencial, é bom não destreinar. Por isso, logo na tarde do dia seguinte a termos regressado a Torroselo, fomos ao “Bom Nome”. Dir-se há:- Que pode importar o “Bom Nome” a quem foi às Lagoas e aos Cântaros? Ora, não é bem assim. Nem só as grandes altitudes dão os estonteantes panoramas.

E a prova disso, é que tendo nós subido ao marco geodésico, sem o que não valeria a pena ir ao “Bom Nome”, e visitado o Fragão da Moira, o Rodrigues estendido sobre a “masseira”, o “tabuleiro” e a “malga de baquear” que junto ao marco as chuvas tinham delineado sobre a mole do granito, puxou do seu inseparável livrinho de notas e escreveu: “Bom Nome: belo”.

O Alva descreve uma graciosa curva junto a Sandomil; e se não fossem por um lado os contrafortes de Loriga e por outro, os cerros da Póvoa das Quartas e da Chamusca, o sítio seria flagrantemente invulgar.

A Estrela, o Caramulo… Entre serras…

À volta fomos às uvas ao “Paúl”; começavam de aloirar as brancas e comprimiam-se já as bastardas.

Do alto da Quinta da Bela Vista olhámos o Caramulo. O disco do sol não fazia impressão à vista: era um globo do sangue palpitando entre farrapos de nuvens formando baías, serras, lagoas, navios em linhas de combate e silhuetas de monstruosos animais.

            O Rodrigues fixava-se.

            --Direita volver!

Um clarão, mais suave do que o que se espreguiçava por toda a “barra”, desenvolvia-se atrás da Serra.

Estava-se no plenilúnio. O Rodrigues tinha de vibrar até à medula ante os quadros da Natureza

A arquitectura e a pintura renovavam-se indefinidamente. O hóspede da Beira humedeceu olho a olho com a lua cheia assente já no extremo da Penha dos Abutres e mal articulou umas palavras:

­_ “Isto” queima! – E estava mais gordo e sentia-se com mais energia, Santo Deus!

-Para casa! Para casa! Havia que fazer.

 

Fonte:  “Entre Serras… Herminismo”, de F. Mendes Póvoas, Julho de 1926

Mais sobre mim

foto do autor

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

Arquivo

    1. 2024
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2023
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2022
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2021
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2020
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2019
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2018
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2017
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2016
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2015
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2014
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2013
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D

Em destaque no SAPO Blogs
pub