Em que consistirá a acção? A concentração terá lugar às 14H30, no Largo da Feira (Vide). Após a recepção aos participantes serão formadas equipas de trabalho que rumarão aos terrenos a reflorestar. Ao longo da tarde, com a ajuda de todos, esperamos plantar entre 400 a 500medronheiros e quase uma centena de sobreiros numa das encostas sobranceiras à aldeia. Serão ainda entregues cerca de uma centena de freixos e 150 carvalhos alvarinho a uma comunidade local e ao CISE, respectivamente, para plantação em data posterior. No final, haverá lanche comunitário na sede da União de Freguesias de Vide e Cabeça.
Como participar? Para participar basta preencher, até 28 de Fevereiro, o formulário de inscrição(gratuita) e comparecer, no dia 2 de Março pelas 14H30, no Largo da Feira (Vide). É recomendável trazer roupa e calçado adequado (ex: botas) bem como luvas de jardinagem. A acção é aberta à participação de menores desde que acompanhados por adultos. Todavia, dada a inclinação do terreno, não é recomendável a participação de crianças pequenas ou de pessoas com dificuldades de locomoção.
Porquê na Vide? A Freguesia da Vide, situada no vale da Ribeira de Alvoco (limite sul do concelho de Seia), na transição da Serra da Estrela para a Serra do Açor, é a freguesia mais afastada da sede de Concelho e por isso sujeita a forte isolamento. Ocupa uma vasta área (é a maior freguesia do Concelho de Seia) e, apesar da sua importância histórica (chegou a ser sede de concelho), tem vindo a perder população a ritmo aceleradoao longo das últimas décadas. Dos mais de 3 000 habitantes na década de 50, não restam hoje mais de 200. A este declínio não é alheia a substituição de uma economia rural baseada na produção agro-pecuária tradicional (oliveira, milho, centeio, batata) e na exploração da floresta nativa (castanheiro, sobreiro e azinheira – árvores originais, entretanto praticamente desaparecidas – mas também medronho e cogumelos) por uma economia baseada na monocultura de pinheiro bravo (para madeira e resina): o pinheiro bravo, que rapidamente se tornou a espécie dominante, tem entretanto vindo a ser severamente afectado por pragas (como o nemátodo) e, principalmente, pelo flagelo dos incêndios florestais (incluindo o de 2017) que assolam recorrentemente a região, deixando as encostas despidas, vulneráveis à erosão e ao repovoamento selvagem e desordenado por espécies invasoras e de fraco valor económico.
Porquê medronheiros? O Medronheiro é uma espécie autóctone da região e uma das espécies que constituem a floresta primitiva da Península Ibérica. Adapta-se bem a diferentes solos e climas (com preferência por solos siliciosos de montanha), resiste bem à seca, a altitudes elevadas e.. ao fogo (tem, aliás, grande capacidade de regeneração após incêndios). O seu potencial económico é igualmente muito interessante, podendo o fruto ser consumido fresco ou usado, por exemplo, na produção da conhecida aguardente de medronho. Localmente, na região da Vide, o medronheiro era, até meados do século XX, bastante abundante, desempenhando a recolha do seu fruto um papel importante para a economia local e para a subsistência das populações. A produção anual de aguardente de medronho na região da Vide chegou a rondar os 60 000 litros e, ainda hoje, a apanha de medronho constitui uma actividade de relevo nalgumas aldeias da região. A acção de reflorestação do próximo Sábado não resolverá estes problemas. Mas representará um contributo. E, acima de tudo, um rumo: 🌳 “VIDE que te quero VERDE” 🌳
Quem nos ajudou? A acção de reflorestação “VIDE que te quero VERDE” é organizada pelo Movimento de Cidadãos por Uma Estrela Viva em parceria com a União de Freguesias de Vide e Cabeça e o Conselho Directivo dos Baldios da Freguesia de Vide. Conta ainda com um amplo leque de apoios, sem os quais esta não seria possível: a Associação Flor de Murta, de Palmela, e o Instituto Superior de Agronomia, de Lisboa, que em boa hora nos contactaram para a cedência de árvores autóctones; os “nossos”Padrinhos, angariados no Festival do Bosque e no Mercadinho de Natal; e, em particular, o casal “ibérico” Carolina Balão da Silva e Alejandro Chamizo de Castrol(e o António Villafaina Barroso, que intermediou o contacto), que há um ano decidiram trocar a oferta de brindes simbólicos aos convidados do seu casamento por árvores para esta Montanha que é de todos. A todos, o nosso MUITO OBRIGADO! Junta-te a nós, vamos celebrar e ajudar a cobrir de verde a nossa montanha!
Por uma Estrela Viva! |